O juiz de instrução determinou que o ex-autarca do Funchal, Pedro Calado, e os dois empresários detidos há três semanas no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, ficam em liberdade sob termo de identidade e residência. Segundo o despacho do juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, foi aplicada a medida cautelar menos gravosa ao ex-presidente do município, bem como aos empresários Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia. Dias antes, o Ministério Público tinha pedido a medida mais gravosa para os três arguidos: prisão preventiva.
Muitas criticas se têm ouvido relativamente à descrepância existente entre as medidas pedias pelo Ministério Público e a decisão do juiz de instrução. No meio disto tudo, com que perceção ficam os cidadãos do trabalho de investigação e do Ministério Público?
Interpelado pela SIC Notícias, Rui Costa Pereira, Associado Coordenador da área de Penal e Contraordenacional da MFA Legal, referiu: "Alguém está muito enganado...". E acrescentou: "A estranheza que esta decisão causa nas pessoas torna ainda mais imperiosa uma necessidade de esclarecimento por parte do Ministério Público. Não é compreensível uma decisão destas, depois do Ministério Público ter movido os meios que moveu".
